segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Quem sou?


Pergunta difícil de se responder!!! Acho que vou explicar como tudo começou...

Não vou detalhar minhas brincadeiras estranhas que tinha quando criança como: movimentar uma bola, imitar cenas de filme de terror exorcizando ambientes e nem minha brincadeira com bolinhas de energia. Não vou entrar nessas histórias, pois não tem muita coisa de construtiva, eram apenas brincadeiras sem sentido de um garoto que não sabia bem o que fazia.


Em 1992 eu tinha exatamente 15 anos, iniciei o ano com algumas alterações de comportamento e comecei a ver vultos. Lembro bem que ficava na janela de casa observando umas sombras andando na rua (de um lado para o outro), isso começou a me apavorar muito, passei a dormir apenas de luz acesa e com a tv ligada (prendia minha mente). No início do 2° semestre desse mesmo ano comecei a ver pessoas transparentes (no fundo já sabia do que se tratava), mas cheguei para meu pai e falei:


- Me leve a um psiquiatra, estou tendo comportamentos e tomando atitudes que não são minhas (não me controlo), não consigo dormir nem me concentrar em nada e passei a ver coisas estranhas.


Meu pai que apesar de nunca ter freqüentado nenhum centro espírita regularmente, sempre foi uma pessoa de cabeça aberta e muito interessado em assuntos de paranormalidade, me falou:


- Ok, mas escolherei um que seja espírita.


Poucos dias se passaram e ele me levou a um médico psiquiatra que era membro dirigente de um Centro Espírita. Logo no início da conversa, depois que descrevi o caso, ele chamou sua secretária e pediu que ela me observasse. De cara ela falou:


- Esse menino é clarividente e está com o frontal muito aberto!


No mesmo instante ele iniciou um procedimento de correção e me intimou a comparecer no centro que ele trabalhava no outro dia à noite. Lembro que logo após esse diálogo ele devolveu o cheque a meu pai, meu pai se negou a receber e o médico quase que instantaneamente o rasgou.


Os dias que se seguiram após esta passagem foram tranqüilos.


Iniciei meu tratamento no Centro e quatro meses depois fui convocado pelo Dr. a acompanhar dois videntes da casa mais experientes nos trabalhos. No início fiquei meio como peixe fora d’água, pois sempre era questionado do que eu estava vendo antes dos instrutores, eles apenas confirmavam se estava correto e depois me explicavam o que significava, era um trabalho não muito bom, pois muitas vezes eu tinha que descrever criaturas horríveis e ficava um pouco assustado. Depois de mais uns seis meses (não lembro bem) nesse sistema, fui colocado em cheque por duas vezes como vidente da casa, pois o vidente mais graduado faltou por motivo de saúde, depois desses episódios fui colocado gradativamente como um vidente da casa.


Meu trabalho era limitado pela minha idade, nunca podia responder por mim só, era sempre um auxiliar (gostava disso – achava correto) e me comportava como tal. Eu era apenas os olhos dos que não enxergavam, não tinha em minhas mãos poder de decisão nem de dirigir trabalhos ou orientar tratamentos. Participava de quase todos os trabalhos na casa (quase todos os dias) mesmo os que o Dr. não participava; passei mais uns seis meses nesse rojão.

Minha saída desse belo trabalho se deu por motivos simples, eu sempre dependia de alguém da família para me levar com isso ocorreram atrasos, houve incompatibilidade com alguns trabalhadores novos que estavam chegando, pois sempre gostei de fazer as coisas sem fantasias nem fenômenos. Talvez tenha sido falta de comunicação minha, pois devia ter explicado a situação aos dirigentes, mas ficava calado. A ultima vez que fui lá entrei na biblioteca e comprei um livro. Quando lembro dessa história tenho plena convicção que aconteceu o que tinha que acontecer!


Passei anos procurando locais onde pudesse estudar e trabalhar, mas sempre era colocado, de uma forma ou de outra, para fora dos centros. Torravam minha paciência até eu dizer chega! O protocolo que eles faziam para meu ingresso era tão banal que chegava a ser ridículo. Não quero colocar aqui minha opinião sobre a grande maioria dos centros espíritas de hoje, só acho que eles devem voltar a estudar, pois muitos não aprenderam nada!


Quase 10 depois decidi estudar mais a fundo algumas questões que sondavam minha cabeça desde da época em que iniciei no Centro. Procurando uns livros antigos que tinha em casa achei um livro chamado Passes & Radiações de Edgard Armond (foi o livro que comprei na última visita ao centro que trabalhei). Este livrinho simplório foi o estopim para o que eu precisava, depois dele não parei mais de estudar.


Depois de estudar alguma coisa e paralelamente procurar uma casa onde pudesse me encaixar (nunca consegui), comecei a me sentir como uma Figueira que não produz frutos.


Decidi então iniciar um tratamento que já estava pronto na minha cabeça com meus parentes e conhecidos...


Já deu para qualquer um ter noção de como é minha história, mais detalhes colocarei posteriormente em outros textos...


Muito obrigado por ter tido paciência de ler até aqui, espero que minha história ajude alguém de alguma forma.


Que a Paz do Mestre Jesus esteja sempre conosco, iluminando-nos e guiando-nos, hoje e sempre! Assim seja!